Este trabalho modela uma estratégia de solução para seleção de definições de projeto, na fase de desenvolvimento, com base no reflexo destas no custo do ciclo de vida, por meio da modelagem dos aspectos de suportabilidade e empregando otimização simultânea da estratégia de suporte, da alocação de recursos, da localização de estoques e de seus níveis, permitindo comparações de custo detalhadas. Um estudo de caso, avaliou a integração do conceito modular a um motor aeronáutico, identificando vantagens e desvantagens, apontando que o conceito modular traz uma redução global no custo de suporte, mas pode ter um desempenho inferior nos custos com manutenção preventiva, além de gerar uma concentração de esforços no segundo escalão de manutenção. O estudo aponta que a otimização da estratégia de suporte resulta em ganhos expressivos no desempenho do suporte logístico, mostrando ser relevante seu emprego na avaliação de soluções de projeto. Palavras-Chave -Suportabilidade de Sistemas Complexos, Engenharia Logística, Estratégia de Suporte
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5 Comments
bettio.vitor@eb.mil.br
on 09/28/2022 at 01:34
A maior oportunidade de se reduzir custos de suportabilidade ainda está na fase inicial do ciclo de vida (concepçãoe P&D), porém, em diversos programas de Sistemas Complexos não se vê uma atenção adequada a modelagem das estruturas de suporte nessa fase inicial. Na sua visão, para auxiliar nesses estudos e nos processos de obtenção das Forças Armadas, as CONOPS deveriam trazer as estruturas de suporte esperadas para um determinado material?
Capitão Daniel Buch
on 09/28/2022 at 14:11
Agradeço a pergunta. Na minha visão, sim. No método proposto no trabalho, o CONOPS é uma das principais fontes de dados para povoar os modelos prospectivos de avaliação do desempenho logístico do sistema. A referência 15 do trabalho, apesar de ser um guia aplicado na área de Tecnologia da Informação, define o CONOPS com um documento que descreve o sistema do ponto de vista do usuário, mas também descreve a missão, objetivos organizacionais e a estrutura do usuário, incluindo mão de obra e instalações. Ao se incluir as estruturas de suporte esperadas no CONOPS, é possível submeter os modelos a uma otimização que busque a melhor estratégia de suporte para o sistema, por meio da análise de nível de reparo, conhecida como LORA (Level of Repair Analysis).
abrahao@ita.br
on 10/03/2022 at 14:57
Na verdade, a estruturação correta do desenvolvimento da suportabilidade de sistemas complexos prevê que do CONOPS, sejam derivados o Conceito de Suporte (CONSUP) e dele o Conceito de mnautenção. Uma vez que todos esses conceitos apresentam a visão de todos as partes interessadas nos processos de Operações, Suporte e Manutenção, estes se tornam peças fundamentais para o delineamento de todos os requisitos de desenvolvimento do sistema, inclusive os de suportabilidade.
abrahao@ita.br
on 09/27/2022 at 21:36
Por favor explique a importância da modelagem da suportabilidade em diferentes cenários, no caso do desenvolvimento de produtos aeronáuticos. Na prática, o que pode mudar com os estudos?
Capitão Daniel Buch
on 09/28/2022 at 13:50
A modelagem da suportabilidade em diferentes cenários nos permite avaliar o desempenho logístico do sistema em análise, possibilitando que decisões práticas sejam tomadas com base em medidas de custo-efetividade do sistema para cada cenário, ou no caso do trabalho apresentado, para cada solução de projeto selecionada na fase de desenvolvimento do sistema. A medida de custo-efetividade relaciona uma métrica de desempenho, como a disponibilidade operacional, com uma medida de custo, como o custo de suporte em vida, mais conhecido como LSC (Life Support Cost), que foram as métricas empregadas no trabalho. No entanto, a modelagem permite empregar outras métricas para a obtenção da medida de custo-efetividade, sendo flexível a ponto de comparar diversos cenários, não apenas dois, como no trabalho apresentado, permitindo ainda a realização de análises de sensibilidade aos fatores logísticos envolvidos na modelagem.
A maior oportunidade de se reduzir custos de suportabilidade ainda está na fase inicial do ciclo de vida (concepçãoe P&D), porém, em diversos programas de Sistemas Complexos não se vê uma atenção adequada a modelagem das estruturas de suporte nessa fase inicial. Na sua visão, para auxiliar nesses estudos e nos processos de obtenção das Forças Armadas, as CONOPS deveriam trazer as estruturas de suporte esperadas para um determinado material?
Agradeço a pergunta. Na minha visão, sim. No método proposto no trabalho, o CONOPS é uma das principais fontes de dados para povoar os modelos prospectivos de avaliação do desempenho logístico do sistema. A referência 15 do trabalho, apesar de ser um guia aplicado na área de Tecnologia da Informação, define o CONOPS com um documento que descreve o sistema do ponto de vista do usuário, mas também descreve a missão, objetivos organizacionais e a estrutura do usuário, incluindo mão de obra e instalações. Ao se incluir as estruturas de suporte esperadas no CONOPS, é possível submeter os modelos a uma otimização que busque a melhor estratégia de suporte para o sistema, por meio da análise de nível de reparo, conhecida como LORA (Level of Repair Analysis).
Na verdade, a estruturação correta do desenvolvimento da suportabilidade de sistemas complexos prevê que do CONOPS, sejam derivados o Conceito de Suporte (CONSUP) e dele o Conceito de mnautenção. Uma vez que todos esses conceitos apresentam a visão de todos as partes interessadas nos processos de Operações, Suporte e Manutenção, estes se tornam peças fundamentais para o delineamento de todos os requisitos de desenvolvimento do sistema, inclusive os de suportabilidade.
Por favor explique a importância da modelagem da suportabilidade em diferentes cenários, no caso do desenvolvimento de produtos aeronáuticos. Na prática, o que pode mudar com os estudos?
A modelagem da suportabilidade em diferentes cenários nos permite avaliar o desempenho logístico do sistema em análise, possibilitando que decisões práticas sejam tomadas com base em medidas de custo-efetividade do sistema para cada cenário, ou no caso do trabalho apresentado, para cada solução de projeto selecionada na fase de desenvolvimento do sistema. A medida de custo-efetividade relaciona uma métrica de desempenho, como a disponibilidade operacional, com uma medida de custo, como o custo de suporte em vida, mais conhecido como LSC (Life Support Cost), que foram as métricas empregadas no trabalho. No entanto, a modelagem permite empregar outras métricas para a obtenção da medida de custo-efetividade, sendo flexível a ponto de comparar diversos cenários, não apenas dois, como no trabalho apresentado, permitindo ainda a realização de análises de sensibilidade aos fatores logísticos envolvidos na modelagem.